Trabalho remoto reduz em até metade as emissões de carbono?

O coronavírus, que afligiu toda a humanidade desde 2020. Embora a pandemia tenha sido declarada encerrada em 2023, retornar completamente à vida pré-coronavírus tornou-se impossível. Agora, estamos acostumados com o estilo de vida sem contato, não precisamos mais encontrar os entregadores ao recebermos entregas e nem precisamos falar com os atendentes ao pedir comida em lojas.

Esse estilo de vida sem contato também teve um grande impacto na forma como os trabalhadores trabalham. Muitas empresas mantiveram o trabalho remoto, que havia começado para prevenir a disseminação do coronavírus, mesmo após o fim da pandemia. De acordo com uma pesquisa, cerca de 20% das empresas ainda estão implementando o trabalho remoto após a retomada das atividades normais. Embora não seja possível trabalhar 100% em casa como durante o período de pandemia, a forma de trabalho ‘híbrida’, que combina trabalho presencial e remoto, também está sendo adotada por muitas empresas.

Na verdade, muitas empresas acreditam que o modelo híbrido aumenta a eficiência do trabalho. A razão para o aumento da eficiência provavelmente se deve ao fato de que não é necessário gastar energia desnecessária com o deslocamento. Mas você sabia que o trabalho remoto não economiza apenas energia física? Há um estudo surpreendente que mostra que o trabalho remoto pode reduzir as emissões de carbono pela metade.

Em 2023, a Universidade Cornell e a Microsoft dos EUA publicaram um artigo de pesquisa mostrando que o trabalho remoto em tempo integral pode reduzir as emissões de carbono em até 54%. O trabalho remoto elimina a necessidade de ir ao escritório, o que reduz drasticamente o uso de veículos, levando a esse resultado. Embora os carros elétricos estejam se tornando cada vez mais comuns, a porcentagem de carros com motor a combustão ainda é esmagadora, o que indica que o uso de veículos tem um grande impacto nas emissões de carbono.

Trabalhar em casa de 2 a 4 vezes por semana pode reduzir as emissões de carbono em até 29%. É notável que o trabalho remoto apenas uma vez por semana tenha um efeito insignificante, com apenas 2% de redução. Os pesquisadores acreditam que isso ocorre porque o consumo de energia em casa compensa a redução de emissões do dia de trabalho remoto.

Isso nos leva a entender que o simples fato de trabalhar em casa não é suficiente para reduzir drasticamente as emissões de carbono. O que realmente devemos observar não é o ‘trabalho remoto em si’, mas sim o ‘motivo’ pelo qual as emissões de carbono diminuem quando se trabalha remotamente.

Ou seja, devemos prestar atenção não ao deslocamento em si, mas à forma como nos deslocamos. Mesmo que precisemos ir ao escritório, se usarmos o transporte público em vez do carro particular, podemos reduzir as emissões de carbono. Por outro lado, mesmo que trabalhemos em casa, se usarmos o carro para atividades fora do trabalho após o expediente, não veremos o efeito de redução de emissões de carbono.

Outro motivo para a redução das emissões de carbono no trabalho remoto é a possibilidade de reduzir o consumo de energia no escritório. No entanto, não devemos nos concentrar apenas no resultado. Se, mesmo trabalhando em casa, o consumo de eletricidade, gás e outros recursos for alto, o efeito de redução de emissões será mínimo. Por outro lado, se o escritório usar equipamentos de alta eficiência energética, as emissões de carbono podem ser reduzidas significativamente.

Em última análise, o que devemos aprender com esse resultado de pesquisa é que o estilo de vida é mais importante do que a forma de trabalho. Se adotarmos o hábito de usar o transporte público e cuidarmos do consumo de energia no dia a dia, podemos contribuir para o meio ambiente, independentemente da forma como trabalhamos. Esperamos que você lembre-se disso.